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Bom apetite?: o consumo alimentar no Brasil

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Opinião 44
Opinião 44
Por Diego Ghiringhelli de Azevedo - Coordenador da ESDC/RS

Ao falarmos de consumo, abre-se um infindável leque de produtos a nossa disposição. Neste pequeno texto, o primeiro de uma série, começamos a falar do mais trivial deles, definido pelo padre português António Vieira com perfeição, no século XVII: “o maior pensar da criatura humana é comer; desde que o homem nasce até que morre anda a procurar o pão para a boca.”

Nos acostumamos a classificar os alimentos tomando por base exclusivamente as suas propriedades nutricionais. A partir disso, uma pirâmide alimentar se forma, categorizando da base ao topo os alimentos em carboidratos, legumes, verduras, frutas, laticínios, carnes, etc. Quem nunca a desenhou na escola? O consumo diário é medido da seguinte forma: quanto mais próximo das camadas mais baixas, mais porções são permitidas. 

Embora ainda reconhecida alguma importância a essa conceituação, uma nova maneira de dispor o que comemos - mais completa - vem sendo adotada por especialistas e difundida na população, uma vez que presente no Guia Alimentar da População Brasileira, documento do Ministério da Saúde. As quatro categorias são: alimentos in natura ou minimamente processados, ingredientes culinários, alimentos processados, e ultraprocessados. Em relação a esse quarto grupo a recomendação é bastante clara no sentido de que sejam evitados. Pipocam estudos ligando o consumo desses alimentos - se é que assim podem ser chamados - a obesidade, diabetes, hipertensão e demais fatores de risco e doenças graves.

Nessa esteira, e especialmente a partir da inclusão da alimentação como direito humano na Constituição Federal - acredite, apenas em 2010 - surge uma legislação dando suporte a uma alimentação mais saudável e adequada. Mas, será que podemos cruzar os talheres e nos darmos por satisfeitos? 

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